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Noiva do Francisco (até que enfim), Católica, Consagrada da Comunidade Católica Sagrada Família, Advogada, amante do mundo do casamento...... Sempre agitada, sempre correndo, sempre estresada, sempre cansada, sempre adiando, sempre esqueçendo, sempre amando, sempre perdoando, sempre Alexandra....

quarta-feira, 30 de setembro de 2009


DO BOM E DO MELHOR - Leila Ferreira

Estamos obcecados com “o melhor”. Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do “melhor”. Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor homem, o melhor vinho.

Bom não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com “o melhor”. Isso até que outro “melhor” apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor de repente nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.

O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, um eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros!…) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque “é o melhor cargo da empresa”? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem “o melhor chef”? Aquele xampu que eu usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo “melhor cabeleireiro”?

Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o “bom” que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens “perfeitos”. As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vão me dar a chance de estar perto de quem amo. O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.

Será que a gente preciso mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e, na busca do “melhor”, a gente nem percebeu?…

3 comentários:

  1. A evolução está em nós. Faz parte da nossa natureza. Imaginamos ter e ser sempre o melhor em tudo. Mesmo que não passe de imaginação. Mesmo que não nos esforcemos para buscar o melhor sempre nos imaginamos ter e ser o melhor de tudo.
    Sair do "bom" pra chega ao "melhor" não é nenhum problema. Se tornará a partir do momento em que a pessoa não medir esforços para tal. Como diz Rosseau, o homem nasce bom mas, ao conhecer o mundo se corrompe. Bom, ele generalizou, é claro. E eu, particularmente, não concordo com isso. Há quem tenha e faça uso dos bons princípios, mandamentos como: não roubar, não matar. A partir do momento em que uma pessoa se utiliza desses modos para crescer e ser alguém melhor na vida, aí sim, há um problema porque não vivemos num mundo hobbesiano.
    Portanto, chegar ao "melhor" passando por cima dos outros, possuindo o que não lhe é de direito, quebrando todos os bons princípios e mandamentos sagrados, além de não ser justo é vergonhoso.
    Devemos estar atentos aos nossos pensamentos e desejos. Sempre.

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  2. Obrigado Thiago, pelo belo cometário.

    Tenho certeza que se todos pesnassem assim a paz mundial seria apenas uma consquência lógica de nossas ações, não é???

    Bjs

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  3. Sim, com certeza. O homem é racional e quando empregada a razão ao mundo em que vive proporciona melhores condições de vida a si próprio e aos que estão à sua volta. É nisso que eu acredito!

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